Não
percebi o tempo
Mas
ouvi o trânsito lento,
As
buzinas do congestionamento.
Não
foi de sopetão,
Mas
como invasão,
ouvi
que nem tudo
Eu
tinha razão.
Na
verdade em quase nada.
Ouvi
partidas e
Autopiedade
nervosa,
E
em meio a dias corridos
Tornei-me
cuidadosa.
Não
percebi o tempo
Mas
estou a contendo,
Exceto
quando ouço a água batendo
Em
minha cabeça doendo.
Não
sou mais a mesma,
E
como que ninguém me avisa,
Que
não cabe mais usar esta camisa?
Estranhei
visitantes cabelos brancos
E
as linhas de expressão a que vieram questionar,
Se
ainda é tempo de usar all star.
De
inocente a exigente
De
perdida a amadurecida,
De
18 a 35 ouvi
Que
minha vida está erguida.
Pensei
em começo,
Ouvi
aceitação,
Todo
dia adormeço
Tendo
uma missão.
Da
mudança evidente
À
alma insistente,
Que
é preciso ser gente.
Gente
que diz,
E
que é aprendiz.
A
criança que eu fui não me contou
que
nasci para ser quem sou,
calçar
meus próprios sapatos
e
caminhar tão estupefato.
Um
caminho tão grande,
Que
não pretendo
Deixar
vida na estante.
Ciente
que o tempo
Continuará
exigente,
Queria
negociar,
Apenas
35 vezes mais,
Para
ser suficiente.
Muito
passa,
E
eu, lenta
Continuo
desatenta.
Porém,
se
quase não vejo,
há
um grande lampejo,
em
forma de gritos
e
apitos
quase
gaguejo...
Pois
ouço a música,
a
minha vida,
tocando
a sua música.