segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Porções, fragmentos e avessos no mundo de Oz...


Enquanto isso no mundo de OZ...

"Milhões de pessoas que sonham com a imortalidade não sabem o que fazer numa tarde chuvosa de domingo". Pensava nesta frase e sorria, enquanto descobria os detalhes de uma árvore completamente cabeluda de tantos fiapos soltos. Embora não estivesse chovendo, era um típico dia como este, por volta das 13h.
- Olha isso aqui! Exclamou, tirando-me dos devaneios poéticos, querendo mostrar uma banheira do século XIX no alto de uma mini torre.
Estávamos em um museu ao ar livre. Ela fotografava, de frente, de lado, de costas e até de cabeça para baixo se assim o ângulo fosse favorável à sua arte.
Voltando ao meu mundo de pequeno príncipe, já fui logo dizendo: "se fosse um escravo dessa Baronesa...” Antes de terminar meu raciocínio me interrompeu:
"Eu seria a Lady!"
Uma Lady bem às avessas eu diria, que minutos depois, estaria sentada no chão, batendo papo com um casal de hippies. Esta é a Lívia.
Com a mesma classe e educação que freqüenta festas chiques, também pede isqueiro emprestado na porta do pronto socorro a uma noiva, às 5 da manhã.
Loas e bajulações são desnecessárias neste contexto. Tampouco obra feita, facilmente decifrável, pois tudo é muito forte. Ela se joga.
"Eu me jogo fora". (Sim, ela é atrevida e me contraria até no texto)
Fora? Só se for fora dos caminhos onde os outros conheçam. Conectada pela intensidade, move-se livremente para onde quiser, a fim de respirar profundamente e sentir as doses de loucura. Ela não precisa de contexto, é um texto livre, aberta a mudar a qualquer instante, em que achar que deva, esteja a fim e que faça sentido para si. Perfeito rascunho de pássaro.
Bem ao longe, o homem de lata escuta minha explicação. O amigo galvanizado se encantou com as pequenas porções deste que fora descrito, muito embora a própria dona não perceba o quão sortuda é, por ter um coração tão bom. Ele realmente adoraria a experiência de tê-lo.

O espantalho curioso, pensou que algo em minha descrição também poderia lhe ser útil. Ficou quietinho ao lado do seu amigo e pôs-se a ouvir.
Segurança para Lívia, é a busca pelo incerto.
Assim ela se sente viva!
Embora o que ela chame de loucura, eu entenda por coragem,
O que muitos entendem por dificuldade, Lívia lê como desafio.
Sua mente não sinaliza distância e seus meridianos são inquietos.
Deve ser por isso seu cheiro de rosa dos ventos, com pontos cardeais que levam a qualquer lugar ou parte alguma.
Pela sofisticada capacidade de assimilação, há quem diga que é nova.
Nova? Lívia é milenar...
Possui rugas e cicatrizes internas que o paradoxo da sua idade não revela,
A não ser pelo paladar completamente infantil e divertido.
Com demasiadas curiosidades, sua cultura é livre de pudores. Geralmente em dúvida ou abstendo-se de opiniões enfáticas, o que ela nomearia de indecisão, eu chamaria de inteligência, pois há sempre de analisar mais de um ponto de vista.
O espantalho, extasiado com os fragmentos, interrompeu-me perguntando de que forma ele poderia ter um cérebro como esse. Sorri, porque apenas descrevera o que Lívia tem de sobra.

O leão medroso levantara as orelhas, pois algo parecia que ali encontraria algum exemplo de coragem. Sim, coragem é o multiplicador de Lívia em suas façanhas.
Não se arrepende de nada, mas isso não quer dizer que se orgulhe de tudo. É uma pessoa equilibrada.
Com plena consciência de sua intensidade, ela sabe que paga-se um preço por isso, que às vezes é bom às vezes é ruim. Mas tudo faz parte das páginas de histórias que há de se contar, ainda bem, não são felizes todos os dias.
Adepta da linguagem das bocas mudas, não tem necessidade de chamar atenção. O que ofusca mesmo em si é a luz mágica de seus avessos. Esses que não são visíveis, palpáveis, não possuem posição social e sequer tem coisas sobrando.
Dando vazão às inquietudes, seu destino não é acalmar temporais, mas estar no meio deles, de preferência, ouvindo música clássica, sentindo o vento ceder aos arroubos do clima.
Sua linha não existe certo, pois sinaliza o não dito, também o não vivido, o impreciso e o que ainda não conhece.

“Eu quero, eu quero!” Diziam homem de lata, espantalho e leão ao me pressionarem por encontrar tudo o que o conto de fadas havia tirado deles. Lívia tinha bom coração, cérebro e ainda por cima, coragem.

- EU QUERO (Acorda), em que planeta tu estás?
- Hã? Respondi voltando do meu transe...
- Eu quero mais uma cerveja.
Lá estava Lívia, à minha frente sentada em uma mesa de bar, consumindo, cerveja, cigarros e blues. Eu sorri, balancei a cabeça e pedi mais uma.

Acho que jamais conseguirei juntar essas peças e sinceramente? Nem quero.
Sempre amei os mosaicos, pois são feitos de alma.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mosquito da esperança



07:30 - Terminal de ônibus do Mercado Público:

- Ouvi dizer que 2011 vai ser muito melhor que 2010.
- É mesmo meu véio? 2010 foi tão bão pra gente!
- É. mais vai ser melhor ainda.
- Que bom.

Ruborizei pela minha invasão de privacidade ao ouvir
a conversa de um casal de mendigos no ponto.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Coleção



Comtemplar
Texturizar-se
Saborear
Envolver-se
Perceber
Captar
Sensibilizar-se

Experimente a magia!Colecione sentidos!
Descubra-se e sinta!
....de todas as formas possíveis.


Não faz sentido ter sentidos que não fazem sentido.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Crônica de Natal

Mês do caos!
Época em que a confusão toma conta da cidade.
Os ônibus são lotados? Quem dera, porque nesta época, há de se disputar inclusive lugares nas filas do ponto.
Todo ano é a mesma coisa. As lojas já não tem mais espaço e folhas para imprimir o tal carnê de parcelas. A impressão que tenho é que as pessoas enlouquecem por causa das tais festividades. O corre-corre nas ruas indica que a época é boa, para vender, para gastar, inclusive, para fugir dos ladrões! Não só os de sempre, mas os que ganham o indulto de natal.
O sentido do natal? Bem, como tudo é democrático, logo, para cada um há de se ter uma razão para comemorar. "Natal é festa, dia de tirar a louça de porcelana do armário, afinal as visitas podem reparar".

Não quero ser crítica demais, tampouco, fazer-me enredo de demagogias espirituais.
Se és cético: Não aloge sua vida programando dia certo para comemorar e presentear. Se és religioso: Não concentre a atenção somente na data especial para agradecer.
Jamais esqueça de que: "Há um tempo certo para poder brilhar, iluminar e crescer.
Esse tempo é qualquer tempo,em que estejas presente e reconhecido do que és,
do que podes, do que tens a fazer, por si e pelos outros."

Depois disso, seria vão e mesma coisa eu desejar à todos "Feliz Natal".
Portanto, sugiro que as fotos do natal 2010 tenham sorrisos diferentes,
pois do fundo do coração, desejo que seu Natal faça sentido!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Crônica de Ano Novo



Mil simpatias a espera de um milhão de milagres.
Veste-se branco para paz, amarelo para dinheiro,
verde para não-sei-o quê, e eu fico a me perguntar:
Qual será a cor de dentro? Que cor a alma está vestindo?
Essa alma que algo errado deve de ter, para esperar uma data especial
para ter esperança de mudar, de agir, de buscar.
Faz-se lista de resoluções para o próximo ano!
Geralmente, sonhos empurrados com a barriga para um tempo seguinte, por pura preguiça de batalha.
FÉ? sim. A fé move montanhas meu caro, se você estiver rezando e empurrando a montanha.

Um minuto de silêncio. Analise seu ano até agora.
Você consegue definir seu sonho? Pense.
Enquanto isso, sugiro que descubras o "novo", do tal ano novo.
Por exemplo, será que tudo que nós cobramos, nós somos capazes de oferecer?
Tudo pode começar a mudar agora mesmo.

Comecemos olhando para o passado recente... o que foi feito deste ano?
Você fez sentido?
Sorriu com alguém? Descobriu algo novo? Trabalhou até cansar? Abraçou efusivamente?
Olhou-se no espelho? Programou uma viagem?
Se a maior parte das respostas foi um sonoro "não", então está explicado!
Um ano novo não começa para quem não é capaz de se fazer NOVO.
Óbvio que também, nem tudo são flores. Certamente adquiriram-se contas, tiveram-se aporrirações, momentos de desespero, entre tantos outros aborrecimentos...
Mas o que a maioria encara como problema, eu chamo de vida...afinal, antes de encantar-se com o fim da viagem, deve-se curtir a estrada e seus contornos.

Volte a olhar para frente agora. Que de hoje em diante, a gente converse mais, comece a falar alto, baixo, lenta ou rapidamente. Que tenhamos noção de que ouvir é essencial.
Mas antes, é preciso dizer que se hoje somos adultos, antes disso, somos humanos e precisamos de certas doses de aventura sadia para que tudo faça sentido.
De resto, sobram as contas, as dores, as mágoas e os afazeres domésticos.
Chegou a hora de sorrir mais, escutar mais! Leia mais e escreva, escreva muito.
Um dia seus filhos vão ler e terão orgulho de tudo isso.

A propósito: Conseguiu definir seu sonho?
Já sabe o que quer fazer no próximo final de semana?
Então, se o seu sonho é ir a Amsterdam e declamar um poema em uma ponte, o que você está esperando que ainda não aprendeu a decorar. Ou se sonhas em ir a Fernando de Noronha mergulhar com os golfinhos, corra! Ainda há tempo para aprender a mergulhar.
Não existe "se der", existe apenas "já foi!"

Esqueça de que "ser feliz" é esperança! Deixe as fitinhas, os desejos e as "mandingas" em segundo plano e projete-se. A partir de agora "viver" plenamente
deixa de ser um sonho e passa a ser, a nossa pele.
Jean-Paul Sartre já dizia que “o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”.

Realizemos nossos sonhos!
Mostremos nossa garra!
Encare a vida com criatividade, sinergia e intensidade!
Mude,aconteça, seja! Seja o que bem entender.
JAMAIS VOCÊ IRÁ SE RECUPERAR DE UM ANO EM QUE SUA VIDA FEZ SENTIDO!
Se tudo muda a todo momento, um ano novo pode-se começar agora mesmo.
CORRA, restam 25 dias para se fazer melhor!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um outro olhar

Foto: Lívia Auler

A materialização do ‘ver para crer’. Isto é fotografia; um conjunto visual complexo de uma materialização dos cinco sentidos humanos alinhados à técnica, ambiente e espaço. No entanto, há de se preocupar com as responsabilidades que acompanham qualquer imagem, bem como sua credibilidade e contexto, pois o profissional tem em suas mãos, não apenas um retrato, mas um documento, uma história, um mundo de fatos e de vidas que podem expressar-se unicamente com um “clique”.

Sabe-se que uma imagem pode ter diferentes interpretações, e esta é uma das grandes magias para o profissional que espera representá-la. Um jogo de intenções, representada a partir do que é real, toda foto exibe um contexto semiótico a ser decifrado. Existe representatividade, mensagens dotadas de significados intrínsecos a espera de sua decodificação.

Por tudo o que a imagem pode representar é preciso, primeiramente, altas doses de responsabilidade do fotógrafo. Um documento, uma prova criminal, uma figura decorativa, seja o que for, é preciso que a imagem convença quem a contempla. O transmissor da imagem que decidirá o espaço e o tempo, o tema que irá retratar, e o contexto ao qual vai se referir. Tamanha pode ser sua verdade, a foto aproxima e afasta pessoas, conquista clientes na propaganda, elege candidatos na política, entre outros fatores da rotina das pessoas. Ela servirá desde decoração para uma casa, como uma prova criminal. Por isso atente-se: ‘Foto sem contexto, vira pretexto!’.

Gerando manipulação ou somente como peça visual, o profissional é o que dará o embasamento estético, alinhado ao conjunto de técnicas que lhe for necessário para dar movimento e realidade à foto, criando situações de conotação cultural e temática, aplicando a intensidade necessária para extrair emoções através de uma imagem estética. Afinal, quem disse que é preciso ter movimento para se ter vida?

Sim, a fotografia é o exemplo nítido que se cria um caos em um instante, através de uma simples máquina. Há quem diga que as máquinas substituirão os homens; talvez um dia até pensem, mas jamais terão sonhos, já que estes são representados perfeitamente pelo ser humano, que acima de tudo é um artista, transformando um simples ‘clique’ em uma obra de arte.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Definições I


Porque tudo há de ter uma explicação!
E se não tiver, crio meu próprio dicionário.



SOLIDÃO
Palavra sem texto
Trapiche sem barco
Punhal sem peito

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dreads pra que te quero

E lá estava ela, sentada na escadaria da Faculdade.
Roupa social, sapatos lustrosos, gel impecável no cabelo curtíssimo e os livros.
Fico me perguntando se isso é jeito de frequentar uma faculdade de publicidade?
Bem, essa sou eu! Ou era. sei lá.
Sei que um dia sonhei em não ser vista como a nerd do grupo, ou a estudiosa. Queria ser diferente, experimentar um novo estilo, mesmo sabendo que aparência jamais iria se sobrepôr à essência.

Eu disse jamais? Pois me enganei.
Foi uma mudança como do Alaska para o Saara.
Embora nunca tivesse essa intenção, percebo que radicalizei.
O extremo me trouxe sucesso em desconstruir a imagem anterior, muito embora soubesse que por dentro lá estavam os mesmos valores. Mas as pessoas não sabiam disso, eis então que abri a porta para uma nova experiência.

Joguei fora os sapatos, comprei suspensórios e como se não bastasse...coloquei dreads. Conheci os rótulos e os pré-julgamentos, malícias e maldades, admiradores e curiosos. Caráter foi medido por cabelo, inteligência por aparência, responsabilidade por tipo de calçado. Se em alguns momentos eu achava o máximo algumas pessoas sequer imaginar o que havia por detrás do meu estilo, por outros, me entristecia ser abordada nas ruas por gente me oferecendo droga.
E assim, por um ano e dois meses experimentei as mais variadas sensações que uma aparência pode trazer e o aprendizado que ficou me nutre a cada dia. Me senti mais alegre, acredito que combinei comigo mesma.
Alguns momentos ficarão pra sempre, como o dia em que no ônibus, uma criança me perguntou: "Tia, seu cabelo é de minhoca?". Ou em uma conversa com um hippie sobre os cabelos:
- Te cobro baratinho a manutenção e ainda fumamos um.
e eu carinhosamente respondi: - E sem o back, custa quanto?
Ele ruborizou.
Eu adorava a sensação do avesso!

Éramos EU, meu cabelo, meu estilo, meu jeito, meus livros... eram tantas numa só, em coisas completamente diferentes uma da outra, que só consegui fazer sentido para poucas pessoas, provavelmente as mesmas que terão pra sempre a minha reciprocidade.
Mas como a vida é feita de ciclos e por vezes, é preciso curvar-se às interpretações vãs de pessoas razas, foi preciso despedir-me dos queridos dreads.
Pronta para reclamar minha insatisfação, em ter que me adequar aos padrões para atingir minhas metas, quando olhei-me no espelho. Sorri! Meu novo avatar revelou o que os dreads insistiam em tentar esconder: Cheguei aos 30 anos!

Sinto-me de aniversário.
Como se tudo recomeçasse a partir de hoje. Me sinto satisfeita, pois tive a oportunidade de descobrir que não é preciso exteriorizar nada, para SER o que quer que seja.

Minha fachada a partir de amanhã? Não sei. Sou instantânea.

Sinceramente? Me sinto benvinda!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um protesto

Sobre a censura do Livro de Monteiro lobato nas escolas públicas.

"Um país se faz com homens e livros", um dia falou Monteiro Lobato, que hoje, caso estivesse vivo, estaria morrendo de vergonha deste país.
Em pleno século XXI onde tudo pode, tudo acontece, um livro infantil é censurado.

Até onde entendo, o sentido da censura é controlar e impedir a liberdade de expressão, certo?
Logo penso: ou censura mudou de nome ou o Poder desconhece as frases "Contexto histórico" e "licença poética".

Há de se discutir prioridades. Não é possível, um país já com tantos problemas na educação se prestar à um reverso de valores como este.
Proibir o livro? certo.
Então sugiro que censurem também a falta de profissionais qualificados nas escolas.
Aproveitem e censurem também o livre acesso dos marginais às dependências e por falar nisso, o que me dizem das condições físicas destes locais onde era pra se praticar educação?

Censurem, por gentileza, a discriminação, a falta de merenda escolar;
Também, já que são capazes de proibirem um livro de chegar às salas de aula, então pelo menos dêem à escola o livre acesso à todos.

Já que há tempo para discutir a censura, então acredito deva haver para elaboração e aprovação de políticas públicas para a inclusão na escola, acessibilidade e diversidade.

Desculpe-me, sou do tempo em que educação era para todos, onde o grande compromisso era a formação de cidadãos, onde não era o suficiente ensinar e sim, ensinar a aprender, a ter espírito crítico.

Poucas pessoas lerão o meu protesto, visto que, a cada geração as pessoas lêem menos. E neste ritmo em que anda o país onde a cultura é incentivada proibindo livros infantis, creio que logo, dentro em breve, cultura será sinônimo de video-game, literatura de revista de fofoca e tenho medo de perguntar que tipo de futuros profissionais serão lançados no mercado de trabalho.

Quem serão os escritores de 2030? Se é que saberão o que é isso.

Querido Monteiro Lobato, atualizando a sua frase:
Um país se faz com homens, bala perdida, famintos, miseráveis, corruptos e censores. Sim, censores que provavelmente pertencem à classe de analfabetos funcionais, pois se não entendem uma doce obra infantil, jamais entenderão o conceito de Educar para aprender.

Dou por encerrado meu protesto, possivelmente gritando:
NÃO CENSUREM A POUCA CULTURA QUE AINDA RESTA.

Presenteiem seus filhos com Monteiro Lobato como um dia minha mãe o fez!

sábado, 30 de outubro de 2010

Il mio desiderato paradiso


Come un bambino con
barca di carta
Mi ritrovo a sognare
viaggio senza meta
senza fretta,
nessun tempo.

Io sogno di posti
Non sono mai stato,
e non ama
hanno.

Il mio desiderato paradiso,
non è il luogo ideale,
Non tutti i fiori
giorno, ma è in grado
mi rendono felice
ogni giorno.

Il mio rifugio desiderato,
è semplicemente
dove sei.

(ainda estou aprendendo, desculpem os possíveis erros de escrita ;)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As comédias da vida e das PRIVADAS


Dreads armados, cara de poucos amigos, calça de pijama remangada até os joelhos e bactericida nas mãos. Estou pronta para mais uma das mil e uma aventuras de morar sozinha. Cá estou diante da tão temida: PRIVADA ENTUPIDA.
Peraí, vamos recapitular esta história.
Tenho um histórico criminoso com as privadas.
Desde cedo me pareciam um mistério, jogavam-se coisas e elas sumiam num puxar da cordinha (naquele tempo, a descarga era de cordinha) e assim foram mamadeiras, brinquedos, xampus (com os frascos é claro) e tudo que pudesse ser atrativo para assistir o girar rápido da água levando o objeto.
Uma das tentativas mais sérias de assassinato foi aos 8 anos de idade, quando resolvi brincar de acertar o alvo. Sim, brincadeira inocente se o alvo não fosse o vaso sanitário e a munição, cascas de laranja. (juntei as malditas cascas por semanas só para a realização desta façanha).

O tempo passou, e as privadas já não me parecem mais atraentes, mas ainda assim sofrem na minha mão. Não por jogar objetos, mas por deixá-los cair. E assim, se vão suspensórios, anéis e até um celular um dia desses.
Só que desta vez, o caso me pareceu grave.
Três potes de soda cáustica e nada.Isso geralmente funcionava.
Apelei à "teoria do achismo" e com toda a disposição do mundo, fui tentando as receitas que os bondosos amigos me passavam mediante meu desespero.
Coca-cola, saco plástico vedando, arame, mangueira, água quente com sabão em pó e até mão na bosta; E por favor, não tente imaginar a cena ridícula de dar pulinhos em cima da privada, mas eu fiz.
Ah, esqueci de mencionar que eu sou aquele tipo de pessoa que só usa o banheiro de casa, logo, privada entupida é sinônimo de Fernanda entupida. São raras as coisas que estragam meu astral e essa, é uma das poucas. Seis longos dias se passaram, de mau humor, tentativas frustradas e privada embostalhada.
Para que realmente virasse tragédia, não havia encanador, vizinho, caça-fantasmas ou pai de santo disponível na cidade. E, quando parecia que nada mais poderia piorar, eu apertei a "última descarga". Ok! não sou nenhum exemplo de sustentabilidade, mas àquelas alturas só queria usar meu banheiro. Meu desespero foi do tamanho da enxurrada nojenta que transbordou banheiro afora.
Foi quando descabelada, fedendo e com a barriga doendo, tal qual fez pequeno príncipe eu chorei na relva, ou melhor, na merda.
Nestas horas é sempre bom ter alguém para ouvir, no meu caso foi minha vó, que demorou 3 minutos para mandar um parente em minha casa.
Em dois minutos resolve-se a saga de uma semana...
meu tio sai de dentro daquele caos, com o causador de todo meu stress: um ingênuo paninho de lustrar a casa.

E assim, a vida seguiu seu curso normal, assim como a água da privada!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PERDI


Perdi.
Não sei onde foi e não quero procurar.
Ah, estava cansada daquilo mesmo.

Vou comprar uma nova,
Quem sabe, em uma outra versão
haja menos desconcerto e
eu saiba lidar melhor.

Que tenha mais durabilidade,
quando exposto ao sol e
Maior carga durante a noite.

Modelo simples sabe?
Que tenha as funções básicas
que a outra tinha, com
maior desenvoltura.

Que seja discreta, afinal
não há necessidade de chamar atenção.

E por fim, que tenha preço incalculável,
como a anterior.

O que foi que eu perdi?
Perdi a mim mesma.
Não sei onde me deixei
e me permito não me encontrar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pronta


Um dia senti que algo me incomodava,
que alguma coisa não estava me fazendo bem,
Respirei fundo e com a alma tal qual criança inoportuna
fui eliminar os entraves q faziam eu me diminuir.

Fui no passado e engavetei lembranças,
pus no lixo os excessos e cataloguei o que
era bom para que pudesse encontrar mais rápido,
quando sentisse necessidade de procurar.

No futuro eu chutei pedras da estrada,
me vi perto das pessoas que eu queria,
tão longe quanto meus olhos alcançassem.

No presente vesti seriedade,
coloquei no bolso simplicidade,
decorei meu rosto com um sorriso.
Me vi pronta.

Alívio.
Fiz o que pude.E consegui!
Criei o monstro que eu queria.
Pois hoje penso que sei,
acho que posso,
e não tenho medo.

Me sinto pronta!
mas pronta para quê?
o que eu queria mesmo?

Essa é a grande questão.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Experimente o Lado B


Quantas vezes já ouvimos a expressão:"vira do disco"
A verdade é que as pessoas buscam coisas diferentes através de atitudes de sempre, logo, quanto mais se evitam, mais se convivem.
Está em busca novidades? Queres agir diferente? Provar coisas novas?
Eis que proponho: Experimente o Lado B.
Sabe aquela coisa que você acha que não gosta? Experimente.
Talvez aja uma grande surpresa. E se não houver, você tentou e poderá reclamar com razão.
E a tal pessoa que você acha estranha? Talvez ela seja interessante.
Afinal, se timidez explicasse a seriedade, as entrelinhas seriam desnecessárias.
Não exija que as coisas façam sentido. Algumas delas, fogem do entendimento, mas ainda assim são boas de se sentir.
Não dê demasiadas explicações, palavras são fáceis de esquecer. Somente sinta.
Quem tiver de entender, saberá apreciar os teus silêncios.
Ria dos seus medos, respeite suas vontades, aceite que tenha defeitos e seja feliz com eles.
Respeite opiniões e discuta idéias, isso te fará grande!

É chegado em mudar de aparência? Experimente então, dar um trato na essência.
Reveja valores, dê mais sorrisos, elogie mais, critique menos. Abrace, seja gentil.
Se visual realmente tivesse importância, os cheiros não existiriam.

Experimente o lado B

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dona Sá


Sentada na varanda em sua cadeira de balanço, Dona Sá faz seu tricô sem pressa.
Ou seria crochê? Ah, eu não entendo essas coisas.
- Pois deveria entender, aprender faz bem. Resmunga Dona Sá.
Impressionante como a velha senhora sabe de tudo. Sempre com uma resposta, ela parece realmente entender das coisas.

- Quando chegará o dia?
- Nada vem antes minha filha....
Interrompendo as palavras fui logo perguntando:
- Por que nunca chega o que eu espero?
- Nada vem antes minha filha... Nem mesmo deixei Dona Sá terminar de falar, fui logo gritando:
- Chega! Como assim, nada vem antes? Ora!
Ela proclama a frase com uma ousadia tal qual uma oração. Isso me parece frase pronta. E eu nem sei por que parei para escutar as sandices da Dona Sá.

Saio portão afora, afoita, com agonia e pressa de quem tem uma vida pela frente. Irritação de quem não acredita no tempo, nos prazos... em nada. Como criança que quer as coisas sem saber como, nem quando e nem porquê. Fui às lágrimas por não entender o que a velha senhora quer dizer.

Enquanto isso, Dona Sá assiste àquela cena de longe e na mesma serenidade de sempre ajeita os óculos falando baixinho:
- Não se preocupe minha filha, nada vem antes... e NEM DEPOIS.

Do outro lado da rua, lá estou pensando quem seria Dona Sá...´
Velha senhora que todos conhecem, nem sempre respeitam; Mas está sempre lá, em sua cadeira de balanço, pronta para dividir seus ditos, quer você queira ou não ouvir.
Por nome de batismo Sabedoria, prefere simplesmente ser chamada de Dona sá, para que bobos como eu não se assustem com sua presença.


Um salve à Joana Heck *.*

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Gentileza


Na ânsia de ser agradável desejei boa sorte na prova.
Ela, em meio à doçura e intelecto me respondeu:
- Até acho válida a sorte, mas na hora do "vamos ver",
tudo depende de mim!
E eu, para não perder o fio da meada da gentileza,
simplesmente sorri, dizendo:
-Te desejo muito de ti!

sábado, 25 de setembro de 2010

Matemática


Sentimento?
É uma análise combinatória
dos cinco sentidos e suas milhares proporções.

Realização?
É o resultado positivo quando
se consegue dar sentido à tudo isso.

Reciprocidade?
Linha tênue que geralmente estará em assimetria
com todos estes fatores.

E depois dizem que matemática é uma ciência exata.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Palavreando


Toda noite eles vêm ao meu encontro. E são milhares!
Falam todos ao mesmo tempo.
São fadas, duendes, traças, icebergs, baobás e cometas.

Essa vontade doida de escrever não passa.
Como irei dormir?
Fico grande tal qual Alice num copo do "drink-me",
Pequena como o alfaiate que enfrenta o gigante,
Feliz como o final inventado ou triste como o desfecho
sem enfeite.

Se em alguns dias mal caibo em mim, em outros eu sou tantos milhões
que ainda sobra um espaço vazio...

Essa coisa de palavrear o que sinto está ficando perigosa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mistura

Eunãoseisediminuiouoseoamorcresceusóseiqueporserumasóeumistureiascoisasdentrodemim.

E sou feliz assim!

domingo, 12 de setembro de 2010

O sonho de ser normal


Hoje eu sonhei que queria ser normal...

Quando eu quis ser normal
Tentei ser séria, cética, objetiva
Perdi minha poesia.

Vesti roupa social, sapatos lustrosos, cortei o cabelo.
Perdi minha identidade.

Quando eu quis ser normal
Bebi leite e comi cenoura porque "faz bem".
Perdi meu paladar.

Acompanhei as novelas, as tragédias e as fofocas.
Perdi minha opinião própria.

Quando eu quis ser normal
Eu amei de menos, demonstrei demais, eu corri atrás.
Perdi meu jeito de ser.

Fui displicente, negligente, instransigente.
Perdi minha sensibilidade.

Quando quis ser normal
Reparei aparências, visuais e exteriores.
Perdi todos os meus cheiros.

Nessa ânsia de ser normal
Perdi meus livros, meus dons e meus defeitos.
E acabei descobrindo que era alto demais o preço
de ser quem não era, criando mentiras em mim.

E querendo ser, eu descobri simplesmente que era!
Que ser normal não significava exatamente
ser igual e sim...
ser incomum!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O mundo dos ogros


Não há necessidade de palavras.
Entende-se pela sensibilidade,
aquela de ser simples,
sem muitas explicações.

Lá, olhares e cheiros se bastam.
Sorriso é importante e
respeito essencial.

Lugar onde ligação é sintonia
e não telefone, a distância entre
as pessoas é em astral
e não em km.

Sutileza é questão de delicadeza,
assim como normalidade de
ponto de vista.

Não há idade para os porquês,
limite para os desejos e
intensidade para os sonhos.

Troca-se palavras por abraços,
teoria por alquimia e
razão por intensidade.

Neste mundo, riqueza é
harmonia e não dinheiro,
beleza é essência e
atração é energia.

Este é o meu mundo!
Se quiseres conhecer melhor,
siga a estrada das entrelinhas.

sábado, 4 de setembro de 2010

O tempo tem tempo


Dizem que há tempo para tudo!
Se há então, alguém atreva-se a responder: quanto?
Quanto dura um amor?
Que dia a tristeza passa?
Quando chega a euforia?
A que horas a felicidade acorda?

Ressacas duram tempo suficiente de um sono.
Tristezas? a eternidade de um dia solitário.
A ansiedade dura os breves minutos de uma paçoquinha de amendoim, assim
como a saudade, as horas de uma música em mode "repeat".

O tempo é poderoso. Capaz de esconder flores dentro de sementes e bebês dentro de barrigas, ele acha que pode tudo. E pode mesmo!
Transforma olhar em amor, sonhos em realizações, palavras em poesia!
Ele faz voar os minutos dos apaixonados e arrasta as horas de quem espera...
perfeito gozador!

O tempo tem tempo, o tempo tem fama, o tempo tem sorte.
Sorte de ser ele e não ser outro...

Sinceramente? tempo me parece questão de sentimento e não de relógio...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Teoria dos sentimentos gratuitos


Eis a feira livre de sentimentos:
"Doa-se" carência. "Troca-se" 5 minutos de reclamações por 10 de abraço apertado.
- O bom humor está em falta senhora, tenho solidão! Vai levar?
"Procura-se" desesperadamente beijos. "Grande oferta" de amores platônicos.
E por aí vai..

É tão complexo pensar que somos um quebra-cabeça, que me parece inimaginável
que este pode se encaixar à outrem. Mas a magia está justamente aí.
Temos algumas peças, aquela pessoa tem outras e a outra tem mais algumas;
E assim, vamos vivendo os sentimentos, experimentando sensações e descobrindo
as pequenas figuras que vão se montando através do contato.

Tenho uma teoria, onde acredito que nada é de graça. Consciente ou não,
sempre havemos de esperar algum retorno.
Somos colecionadores de detalhes, não há sentimento sem razão de ser ou sem
procedência. Há de se esperar nem que seja um olhar ou um desprezo, mas sempre
espera-se alguma coisa.

Nascemos dotados de uma imensa capacidade de sentir tudo, muito de qualquer coisa.
Logo, presumo que produzimos muitos sentimentos, sejam bons ou ruins.
O que hoje eu tomo como meu, é um corpo interior e exterior emprestado pelo universo para que possa dividir com as pessoas. Somos reflexo do que sentimos.
O melhor e o pior de nós estão muito próximos, afinal somos apenas um.

Com o tempo se aprende que sentir sozinho não faz sentido. É como tentar encaixar peças erradas no quebra-cabeça e continuar empurrando para ver se um dia acontece um milagre. Perda de tempo!

Sentimento é troca! Gratuito em nós, somente a capacidade de poder experenciar
todos eles e saber qual nos serve melhor.
Desculpe-me. As recíprocas são importantes!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Timidez

Caso
Atraso
Passo
Compasso
Devasso
Traço
Pedaço
Laço
Abraço
Palhaço

E eu aqui...
Perdendo espaço
por demonstrar
Tamanho
EMBARAÇO...

Os ladrões

Entramos.
Tínhamos todo o tempo e espaço do mundo para fotografar,
Não havia ninguém lá.
- Que estranho, fica tudo aberto e não há nada fora do lugar.
- Sim. (Respondi sem muito me preocupar)
Em meio àquele mundo de coisas, ela fotografava.
Como quem não se convencera, pergunta novamente:
- Mas não é perigoso esse lugar aberto e ninguém cuidando?
- Não. (Agora minha resposta veio com ar de riso)
- Mas eles não têm medo dos ladrões?
- Não! respondi. (Completamente incrédula da pergunta)
É que ela estava acostumada com o risco, entende? Da sensação de perigo, de ter que
estar olhando para os lados, da preocupação. Faz parte da rotina que chega a
ser excitante. Para ela, era estranho pensar em um lugar onde não pudesse haver
ladrões.

Continuei olhando calmamente aquilo tudo.
Dentro de mim, apenas um silencioso comentário:
"Ladrões não frequentam àquele museu. Riqueza para eles tem outro cheiro
que não o de ferrugem."

domingo, 22 de agosto de 2010

SEM/NEM


SEM linha reta
NEM labirintos;

SEM Saara
NEM Alasca;

SEM demonstrar calorosamente,
NEM esconder ruidosamente;

SEM sorriso bobo,
NEM rosto sem graça;

SEM montoeira de elogio,
NEM ser hostil;

SEM encher de bondade,
NEM agir com perversidade;

SEM discurso alardeado,
NEM
tambor
calado....

Afasta de mim todos os excessos!

domingo, 8 de agosto de 2010

Carroça Vazia (será?)


Ouvindo algo do tipo outro dia: "Carroça vazia faz muito barulho" me fez pensar se realmente é verdade a tal frase que todo mundo proclama de peito estufado, querendo dizer que quem sabe menos fala demais ou que versos mudos é sinal de sabedoria.


Será mesmo? Tenho minhas dúvidas.

Possivelmente penso que o discurso faz parte de quem o gosta, sabendo ou não o que fala.

Não julgo quem erra o compasso por idéias expressadas, mas lamento quem perde espaço por falta de iniciatica com os verbos.


Ou seja, são "carroças e carroças", entre vazias e transbordantes, barulhentas e silenciosas, e quem há de questionar o conteúdo de cada uma delas?

Prefiro sinceramente acreditar em carroças mágicas, onde as abóboras só aparecem para quem as merecê-las.

Não cabe decifrar se ali há uma carroça vazia ou cheia, seria mais interessante o empenho em aclamar pessoas em sua totalidade. Pura e simplesmente tenha ela uma ou um milhão de abóboras dentro de si!



Ditado limitado. Pudor de pobre com reticência.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O perfume da alma


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De pequeno príncipe.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. De campo cheio de girassóis.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o all star pelo chinelo, a sensação de banho quente depois da viagem.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. A gente sente vontade de contar estrela cadente.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que as gente não largava. De chocolate no meio da tarde.
Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.

Para todas as almas perfumadas que fazem parte da minha vida.
(O texto em parte não é meu, mas visto-me desta essência)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Irmãos nada parecidos



Eis a diferença entre dois irmãos que as pessoas julgam ser gêmeos.
O Sr. Intelecto e a Dona inteligência.Ironia ou não, são absurdamente opostos, e muitos fazem grande confusão para identificá-los.
O Sr. Intelecto é virado em cabeça, vive o que lhe foi ensinado e imposto pelos outros. Como se vivesse o emprestado, é algo estranho a si, não é nato. Faz-se papagaio das coisas que vê.
A Dona Inteligência, ahhh... esta é inata, é o próprio ser, essência e natureza plena. Nela pode-se confiar, porque vem de dentro, ela existe mesmo que não se saiba ou que se busque entendê-la.

Por favor não os confunda!

Sem pré-julgamentos, que haja um filtro das pessoas “intelectualizadas”, onde os pensamentos são copiados, ao contrário das inteligentes, que experenciam a vida, sabem diferenciar o que é bom, são seletivos; Elas criam seu próprio caminho, abrindo sua estrada para o universo!

(Um salve às pessoas que já escreveram sobre isso)

sábado, 31 de julho de 2010

Meus sentidos: Tato

Prazer! Meu nome é intensidade.
Percebo a sutil diferença que o toque faz.
Não sou de muitas palavras, mas de incontáveis abraços.
Acredito na sensibilidade, onde as atitudes são seu espectro.
Toque, sinta, abrace. Seja imensa, intensa...surpreenda!
Saiba receber também, experimente a reciprocidade.

Sou simples, não tenho frescuras.
Mas é preciso saber lidar.
Se for pra tocar, toque o coração.
Toque sem sentido eu não sinto.
Uma dica? Me desafie.
Faça-te essencial.
Atreva-se a me fazer sentir,
Ou então não se aproxime.

(Participando do concurso poemas no ônibus 2010)

domingo, 25 de julho de 2010

Uma artista e um saquinho de biscoitos

Aqueles olhos verdes brilhavam como nunca. Era década de 40.
Como quem dialogava com o espelho, suspirava pensado no que
estaria prestes a fazer. Iria casar! Sim, casamento!

Mas como assim, casar? ela era uma artista.
Se bem que, ser artista em uma época como aquela não era fácil.
Tempo em que lança-perfume era brincadeira de carnaval,
artista era marginal. "Tempos estranhos aqueles."

O glamour dos palcos enchia sua vida de alegria.
Sempre à frente do seu tempo, embora boa filha,
daquelas acostumadas com as lidas domésticas,
aproveitara as horas livres para dedicar-se à arte.

Mulher casa cedo, cuida da casa e dos filhos!
Ela não concordava, não dava bola para a sociedade
e seus esteriótipos, "gente de com mania de
crenças prévias".

Se um dia casar, que seja por amor... e assim o tempo
passou e no auge dos seus 24 anos encontrara.
Ele, balconista de lavanderia, fugia completamente dos
padrões que a tradicional família italiana considerava como
certo, ganhou aquele coração outrora dominado pela arte.

Nada em sua vida foi comum, ela é pura e simplesmente
intensidade. Com a família contra, assim mesmo ela casara!
Isso é vida! "Se for pra ser, que seja por amor!".

A história de amor durou até os seus 31 anos quando
ficaria viúva e agora, mãe de 4 filhos. "É hora da Luta"
Batalha, cria, luta, sonha, faz, batalha de novo...
a vida foi passando, o seu rosto enrugando,
mas os olhos verdes estavam lá...
Lindos, intactos e cheios de histórias para contar.

Essência de artista, alma do bem, "se puder ajudar ajude"
se não puder "faça algo mesmo assim".

Vieram os netos, e isto ela não ensina, ela mostra em atitudes,
porque "bondade e pureza aprende quem quer".

Hoje aos 76 anos, vejo-a do outro lado da mesa,
toda família em volta. Linda, esplêndida e os mesmos
olhos verdes doces da fotografia, como quem conta
com pureza a mágica de suas estórias.
Eu sei que isto é completamente subjetivo,
imponderável, que aquela jovem que se olhara no espelho,
tornara-se hoje quem é.
A vida não foi fácil, ainda hoje não é simples,
mas "que seja sempre amor, bondade e pureza"
Se um dia eu morrer, morro amando.

Olhei-me imediatamente no espelho.
Minha Avó é a base de tudo que sou
e a essência de tudo o que quero ser!



***Por que do saquinho de biscoitos?
No último dia dos avós, eu tive a idéia de mandar uma cesta de café da manhã,
como se esquecesse de quem era a Dona Leda, ela recebera a cesta e, tirando todos
os itens, guardou para si um saquinho de biscoitos e o restante distribuira um a um para sua família. Devo ter até hoje um mini potinho de doce de leite guardado pela emoção que me
causara a sua atitude.***




DIA 26 DE JULHO, DIA DOS AVÓS

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Aos amigos e amores


Sei que está atrasado, talvez propositalmente ou porque tenha escolhido um
programa o qual não sei mexer, o fato é que dias comerciais não me convencem
e dia do amigo é hoje, é agora, é qualquer dia que eu esteja a fim de
expressar o quanto importante é estar com você!

Sim, está amador, estranho e cheio de defeitos. Não aprendi a mexer no programa
novo... mas está aí, como um desenho bem esquisito feito por uma criança num papel
de pão e entregue a cada um de vocês com todo amor do mundo.



http://www.youtube.com/watch?v=ZeaOcAFPQK4

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Entrevista com um gato

Em meio aos meus devaneios, eis que no meu divã eu entrevisto um gato.
Sim, ele está atrasado! Mas sei que aparecerá somente na hora em que estiver vontade. E pacientemente eu aguardo...
Horas se passam, quando ao longe avisto aquele toque refinado de ser,
o inconfundível jeito de andar, delicadeza e elegância em forma de movimentos,
me diz que ele está chegando para ser a estrela da noite.

Minha pergunta é óbvia:
- Por que os gatos são tão discriminados?

E ele, com aquele olhar encantador, quase que displicente, começa seu discurso:
"Pertenço à minoria no mundo dos animais.
Sim sou independente! Gosto da individualidade, o que não me faz egoísta,
afinal, também sou companheiro e carinhoso.
Mas tenho meu tempo, minhas vontades e respeito isso!
Entenda como quiser Fernanda, mas chamo de autenticidade, não de indiferença.
Qualquer um pode ter meu amor, eu não sou inacessível.Mas por favor não me compare, não sou todos os bichos, sou único e gosto de ser diferente.
Me chamam de traiçoeiro, me pergunto se é por não balançar a minha cauda para qualquer um. Sinceramente? Acho a prática desnecessária, porque sou legal apenas com quem gosto, caso contrário, sou indiferente. Não sei ser forçado para agradar.
Meu instinto é ser amável, esta é minha natureza.
Se fosse humano, acho que seria cult!
Aprecio a energia do silêncio, sou seleto nas relações, escolho meus amores e descarto tudo que se faz desnecessário na minha vida.
Me julgam porque sei andar sem derrubar, brincar sem destruir e comer sem me fartar.
Não sou arrogante, mas por favor, não tenho dono! Que rótulo primitivo!
Quem inventou isso?
Coisa de humano...Ah, bobos.
Sou meu! Mas experimento a troca, eu também adoro dar amor.
Entenda meu jeito, respeite meus silêncios e aí sim, se apaixone.
Sinto que este excesso de carência e dependência das pessoas me faz acreditar
que na verdade SOMOS NÓS, OS ANIMAIS, QUE TEMOS SERES HUMANOS DE ESTIMAÇÃO!"

Ele calmamente levantou-se do divã, deu duas ou três lambidas na pata direita,
e saiu com a leveza de um lord, pronto para o seu sono de beleza.

E eu, estupefata e boquiaberta, não prinunciei uma palavra sequer.
Minha cabeça fervilhando só conseguia imaginar: E se gato fosse gente e se gente fosse gato?
Agora percebo, ele tem toda razão...
Se eu fosse gato, não me veria com a necessidade de balançar o rabinho só porque um humano pretensioso acabara de chegar.

Me curvo e tiro meu chapéu.
Gato é inteligente!

sábado, 26 de junho de 2010

Otimismo


Não existe maior exemplo
de otimismo do que o rio.
Ele segue seu curso firme,
mesmo sabendo que logo
à frente, poderá encontrar
uma fossa ou o oceano azul.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MINHAS TARAS II e outras mentiras

Posso apenas acreditar, que por me bastar,
devo viver sem me arrepender.
É verdade? Lógico que é mentira!

Andar sem rumo, beijar sem pressa,
Pensar em quem interessa.
É mentira? Claro que é verdade!

Mentir não faz sentido,
Entre verdades falsas
e mentiras verdadeiras
Prefiro o desprezo solene
a atenção fingida.

Não sei se erro ao confiar ou
os outros erram ao mentir.
Se eu tiver um engano feliz,
Pouco me importa
Se é verdade ou mentira.

Mas, se for para sorrir mentindo,
Experimente o avesso da tua verdade.
E eu? Finjo que acredito?
Não. simplesmente sinto.

De onde me vem tanta tranquilidade?
é da minha TARA PELA VERDADE.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Curriculo de dentro


Formação: Adulta, com essência e transparência de criança.
Especialista em tempestade em copo d'água.
Pós graduada em contar: Ênfase para as estrelas cadentes
Mestre em colecionar: lembranças maravilhosas, a maioria delas pela ousadia.
Entre minhas profissões anteriores já fui boba, já fui santa, já fui ingênua.
Hoje, com alguns cursinhos externos de caretas no espelho e obervadora nata, me tornei gestora de silêncios oportunos. Jamais me ouvirá falando que coisa ou outra está errada, eu não tenho nada com isso!

Desculpe-me! Me recusei a participar do curso de mediocridade. Sei que é dado de graça, mas me soa esquisito.
E sempre, eu disse SEMPRE, serei o melhor de mim com quem eu gostar, merecendo ou não. Não tenho entitulação para julgar o que é ou não merecimento, eu matei esta aula.
Aprendi que gentileza e amabilidade, ainda que não recíproco pode fazer bem.
Defeitos? Todos possíveis, mas receio que não os consiga qualificar, pois são mutantes como eu!
Habilidades? Memória! Sempre serão assíduos em meus pensamentos aqueles que me fazem sorrir.

*******************
Quando eu nasci alguém escondeu meu manual de instruções,
deixando somente um bilhetinho dizendo:
RESPIRE, O RESTO É IMPROVISO!

Por isso que de vez em quando me atrapalho...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Minhas Taras I (Quem é ela?)

Ela é
Absurda, diferente e doce

Não sei,
Se realidade ou desejo incerto,
Presente, devaneio, privilégio,
Ou mais uma criação.

Sei que me encanta, me ganha, me tem.

Ter-te é quase uma aventura
Que em dias me permito
E quando evito, me tortura.

Não faz diferença se hoje ou amanhã.
Ela tem a pertinência tenebrosa
Do momento perfeito.

Envolvente, mágica e apaixonante
Simples. Como tudo o que é efêmero!

O que pensa que és, para me causar este sorriso vadio?
- Sou uma simples Paçoquinha de Amendoim!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Propaganda Silenciosa




De tanto ver paixões pelas nulidades,
Ainda que embasbacada, resolvi recriar o superficial.
Fiz um projeto de mim,
Me desenhei da forma como eu quis,
E assim, me refiz humana!

Abstraio-me do rótulo, despeço-me do vago,
Chuto o vazio, elimino o imparcial e grito para
Quem quiser ouvir:
- Joguei minhas entrelinhas no horizonte!

Se realmente não me conheces hoje em dia,
É porque infelizmente não mereces
Fazer parte da minha vida!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Os duendes do meu apartamento

Ando desconfiada que habitam duendes em minha casa.
Sou uma publicitária bem criativa, mas não tanto quanto o meu apartamento,que consegue uma façanha bombástica diariamente.
Hoje eu explodi! saí gritando com estes malditos duendes,
"Quem mandou a pia entupir?" "Como assim o papel higiênico acaba?"
"Posso saber o por quê das correspondências não aparecerem mais sob meu balcão?"
Não, eles não responderam, devem ter se escondido de vergonha, por todos estes transtornos domésticos que têm me causado.
Acabo de lembrar, amanhã é sábado. Pronto! hei de enlouquecer!
Me apronto para guerra, armo-me até os dentes. Halls na boca, carrinho na mão. Respiro fundo e lá vou eu enfrentar uma lista de compras!
Supermercados não me parecem nada funcionais, eu geralmente esqueço de comprar alguma coisa essencial, que vai fazer falta justamente naquele momento em que a panela estiver no fogo, com meia dúzia de visitas em casa.
Antes, tudo era tão simples... tinha no armário e pronto! Aff, malditos duendes que somem com as coisas.
Meu sossego acabou no dia em que esta comunidade de travessos mudou-se pra cá.
Agora, as violetas deram para murchar,
O lixo resolveu fazer greve dentro do cesto,
E as roupas não aparecem mais dobradas no armário.

Acalme-se, não tenho desajuste mental!
Entre verdades,exageros e muita licença poética, comemoro 3 meses que vivo os encantos de morar sozinha!
Vários conceitos caíram pelo ralo, principalmente a idéia que tinha de ser uma dona de casa diferente! Levanto a bandeira branca ok? fui vencida!Reconheço que aprendi.
Ser diferente é fácil, o grande desafio está em ser melhor que isso.
Agora espere! Terei que continuar esta história mais tarde, pois estou ouvindo o tilintar de moedas sendo lavadas na máquina junto com as calças jeans...


"Eu sou eu e o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo." ( José Ortega Y Gasset )

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Imperfeição


Esteja onde estiver,
Serei para o que vim.
Talvez não seja o suficiente,
E se não for,
Desculpe-me.
Eu também desaconteço!

domingo, 23 de maio de 2010

Meu Shopping Particular

Hoje me fiz uma surpresa! Saí de dentro de mim e me levei para passear.
Me peguei pela mão, mostrando meu shopping particular. Sustos, risos, antiguidades, modernidades e quinquilharias, entre outros tantos não menos importantes.
A primeira loja que vi foi a de roupas, os famosos esteriótipos. Me preocupo com os criados a meu respeito. As pessoas desenham modelitos, que na inocência de não sabermos como agir, acabamos passando pelo infortúnio de vestir aquela "roupagem", para jamais decepcionar a predisposição das pessoas em acreditar que nos conhecem. Saí a passos largos desta loja, pensando que o privilégio da vida é ser simplesmente aquilo que nascemos para ser.
Olhando ao redor, avistei muitas pessoas andando em meu shopping. Pessoas que amo, as que eu engulo, as que me ofendem, as que me surpreendem, as que me encantam e as que não estão nem aí para mim. Todas passeavam, estava lotado de gente.
A joalheria como sempre, praticamente vazia, afinal são bem poucas as jóias em minha vida, limito-me a dizer que as peças mais caras são bem poucas e de um design único, incrível e insubstituível.
A loja de brinquedos foi a mais divertida. Vi todos os meus sonhos, os planos reais e metas nada funcionais. Dei risada quando avistei um balaio em liquidação, de sonhos que caíram em desuso: "Patinadora profissional - 1,99", "Jogadora de Futebol -3,99", "Casamento em Trancoso - 15,99". Fiquei por um longo tempo em frente à prateleira de vidro, olhando para os três grandes sonhos. O sorriso fica largo só de pensar que um dia posso estar com algum destes três brinquedões. Desta loja saí consciente de que dinheiro não é prioridade, pois não me permite comprar nenhum destes sonhos.
Entrei na loja de doces, ela é a perfeita imensidão dos meus desejos. Coloquei todos que mais gosto num saquinho de papel: O elogio com cobertura (acho um encanto ouvir um elogio sem ter perguntado), abraço de amendoim, beijo gelado, carinho light... Quem não gosta de doces, não é verdade?
Hora de voltar para mim novamente, gosto de dar essas voltas vez que outra. Sei bem que para a vida não há ensaio ou rascunhos, mas tem tantas novas chances, por isso dou meu atestado de tudo e nada!
Meu shopping está aberto a público, mas eu não me preocupo tanto com o que acham dele. Quem geralmente "acha", não sabe ver a beleza dos meus avessos, que nem sempre eu revelo em uma vitrine qualquer.

terça-feira, 11 de maio de 2010

De repente 30!

Inúmeras são as definições para as mulheres de 30 anos.
Pois bem. 11 de maio de 2010: 00:20. Acabo de completar o tal dos 30.
Agora, me sinto em posição de saber se tudo isso é verdade ou mito.
“o que você vai ser quando crescer?”. Sou o que queria,
Talvez com menos grana, mas não menos feliz.
Dizem que as mulheres de 30 são mais diretas e honestas: Verdade!
Também dizem que mulheres de 30 já não se importam mais com o que você pensa: Mito.
A verdade é que aprendi que sou do jeito que desejo ser. Hoje, mais autêntica e muito menos complicada do que ontem.
Sou mais responsável do que antes, porém menos dramática.
Oportunamente também percebi que posso me tornar o que eu quiser, da forma como achar que devo. Sinceramente, não me considero mais forte, melhor ou pior.
Me sinto diferente,como se levasse uma mala comigo. Dentro dela estão: o olhar dos meus 5 anos, a curiosidade dos 10, intensidade dos 15, o humor dos 20 e as entrelinhas dos 25.
Estou entrando em uma nova fase, onde devo ir e ver, aprender e fazer, mas como sempre, voltar e dizer que aprendi!
Afinal, minha natureza é uma só, sou feita de essência, e nessa minha alquimia há somente simplicidade, respeito e amor, o resto é mutante, como tudo nesta vida...

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz Dia das Mães!



O mundo que eu vivo foi um mundo criado para mim. Eu fico muito feliz em saber que alguém se preocupou em criar este lugar. Neste lugar que chamo de Lar e essa preocupação que chamo de mãe, atribuo a minha sensibilidade à vida e criação que tive. Não satisfeita em ensinar a vida, ela insiste em me ensinar a vivê-la, de forma íntegra,oferecendo seu amor incondicional. Sua criação, juntamente com seu sexto sentido que não faz sentido, fez e faz de mim a filha mais feliz do mundo, por ter a oportunidade de chamá-la de mãe!

Abro espaço para o abraço apertado que eu gostaria de te dar nesse dia!

FELIZ DIA DAS MÃES!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Minha Mãe é Ruim!

Continuação da série: Presente de dia das mães.

Lembrei-me agora de quando minha mãe brigava comigo. Eu, não revidava ou discutia, mas vez que outra saía baixinha a minha voz embargada entre lágrimas: “como você é ruim” e minha mãe respondia: “é sou bem ruim mesmo”.
Agora que eu cresci, analisando todas as atitudes da minha mãe, pude comprovar.
Um dia resolvi ser desenhista, mamãe me deu lápis, caneta e pincel.
Uma vez resolvi fazer patinação, minha mãe vibrava na platéia aplaudindo.
Resolvi aprender música, minha mãe comprou um violão.
Apareci com a novidade que seria jogadora de futebol, e lá estava minha mãe na sala de espera hospital após um campeonato.
Resolvi cortar todas as minhas camisetas e curtir heavy metal a todo volume, mamãe me deu um fone de ouvido de presente.
Nunca poupara esforços para melhorar-me como pessoa, seja por dentro ou por fora.
Não só investiu em botinas de pé torto, mas me mostrou que não importava o caminho que seguisse, desde que não fizesse mal a ninguém.
Não só mandara colocar aparelho em meus dentes, mas me ensinou a sorrir, sendo gentil e amável com as pessoas.
Não só comprou óculos, mas me ensinou a ver o lado bom das coisas.
Não só investiu em plástica, mas a tranformação foi me fazer uma adulta independente.
Respeita quem eu sou, mesmo eu tendo minhas diferenças. Preocupa-se mais comigo do que com os vizinhos. Me ouve quando eu quero falar e silencia quando prefiro calar.
Me vê como filha, me trata como adolescente, se preocupa como criança e me ama como bebê.
Mamãe, agora que eu cresci, sou adulta, honesta e educada, percebo que se o mundo está como está hoje, é porque não há suficientes mães “ruins” como você. E se um dia eu tiver uma filha, farei o possível para ser a ela tão “ruim” como você foi comigo.
Pessoa em cujas opiniões sou viciada, atribuo todos meus sucessos nesta vida ao ensino moral, intelectual e físico que recebi de ti.
Um presente não é tudo e muito obrigada seria pouco!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Minha Adolescência, Mamãe e Seus Post-It


Continuação da série: presente de dia das mães!

Lá estava minha mãe, sentada tomando um café com a dona da loja chique de aluguéis de roupas. Do outro lado: eu, morrendo de vergonha, sem muita coragem para sair daquele provador. Ia fazer 15 anos. Suspirei fundo, olhei a cortina e abri de uma vez. Mamãe arregalou os olhos, me olhou, fez dez segundos de silêncio e... Caiu na gargalhada! Sim, eu estava parecendo uma obra de Salvador Dali naquele vestido. (eu de vestido?) Sentei e rimos juntas. Mamãe riria mais ainda se conseguisse prever que eu escorregaria no momento da valsa, com o salto alto que me fizera colocar. Minha adolescência foi assim. Éramos parceiras!

Mamãe trabalhava e estudava, mas não pense que por isso se fazia menos presente em minha vida. Ela deixou um substituto para me cuidar: Os seus Post-its.

Não sei de onde arranjara tantos blocos de papel, mas eram toneladas deles por semana, como uma boa mãe zelosa. Não existia dia sem bilhete, assim como minha mãe sem os seus post-it.

Acordava pela manhã e ia correndo até a mesa, checar qual seria as instruções para o dia. Os bilhetes eram os mais variados possíveis como: comprar ovos, não esquecer o remédio, desejando boa sorte ou pedindo para ver minha última prova de matemática. Como boa filha, eu respondia aos bilhetes, algumas vezes tendo que contar as minhas trapalhadas: “mamãe, hoje eu fiquei trancada do lado de fora”.

No dia seguinte ao ocorrido, não havia bilhete e sim, um cartaz gigante, escrito com caneta hidrocor em uma folha que arrancara de sua agenda: “Ig, pegue a chave antes de bater a porta”.

Mamãe jamais fora controladora, desde sempre estabeleceu uma relação de confiança. Nada me fora negado, sob a perspectiva de que eu estudasse. Ela sabia como lidar comigo: Para os assuntos chatos da adolescência que eu morreria de vergonha, me daria livros. Os anos foram passando e os bilhetes continuavam intactos, sempre equilibrando grandes doses de compreensão aos meus problemas juvenis, com seu apoio maternal.

Cada vez que lembrava dos bilhetes,me sentiria mais segura. Aos 16 anos, já na faculdade me alcançaram um papelzinho, que dizia mais ou menos assim: “Anda logo com essa prova que eu quero ir embora”. Olhei para frente e quem eu vi? Sim! minha mãe era minha colega de faculdade. Caímos na risada novamente.

De tanto escrevermos, nossa relação ficou diferente do tradicional (sempre disse que era incomum), uma caneta e um papel era como se fosse uma voz e um olhar. Hoje temos e-mails, que diariamente são trocados, não tão artesanais como os bilhetes, mas com a mesma intensidade dos laços.

Mas existem coisas que permanecem intactas, como a agenda do celular da minha mãe. Pergunte a ela onde guarda seus telefones, ela carinhosamente tirará um punhado da bolsa, tudo anotado em folhas de post-it.

Acredito que daria um livro, todas as folhinhas por ela escritas. Com muita sorte talvez ainda encontre por aqui um ou outro destes bilhetes, que em dias me impulsionava a vencer, em outros segurava meus arroubos.

De tanto escrever, minha mãe desenvolveu aqui um “monstro” apaixonado pelas palavras. Não haveria melhor jeito de agradecer minha adolescência se não, desta forma.

Acredite mamãe! Se hoje te dedico esta crônica, é porque um dia você teve a simples idéia de escrever em um post-it: “Ig! não se esqueça de comprar pão, beijos mamãe”.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Minha Infância e outras Profissões de minha Mãe

Esta semana, uma série de crônicas de presente de dia das mães.


2 anos de idade– 7:00h: “Mamãe: Hoje eu tô que tô!”.
Minha mãe sabia que o dia não seria fácil quando se deparava com aquela cena: Eu, em pé no berço, sorriso largo e dando prévias de que acordara disposta a extravasar. (Hoje é dia! pensava ela, suspirando fundo e rindo internamente das graças que eu fazia). Geralmente estes dias exigiam atenção redobrada, o que não amedrontava minha mãe, pois conhecendo sua cria, havia feito curso de primeiros-socorros no corpo de bombeiros.
Mas por mais que fizesse, exercitava sua paciência de psicóloga, pois sempre haveria surpresas: ou de me encontrar escalando paredes da casa, espalhando farinha de trigo no chão recém encerado ou correndo atrás dos cachorros com martelo de bife. Heroicamente mamãe vencia esses dias e, ao final da noite, sempre com a mesma doçura alcançava-me caixinhas para amassar enquanto contava-me histórias, mostrando-me as letras, como uma boa professora. Assim eu adormecia, ouvindo os passinhos pela casa, devagar como se celebrassem o momento oportuno de sossego.
Astuta como uma projetista, mamãe estava sempre a bolar planos infalíveis de como me fazer sossegar enquanto preparava o jantar. Para uma criança inquieta, uma mãe inteligente!
Jamais me mandara calar a boca, tampouco interrompera meus rompantes de perguntas sem fim, mamãe era política.
O jeito era traçar planos diários para ocupar meu tempo o suficiente para que conseguisse terminar suas tarefas. Propunha-me desafios, me fazia analisar milhos de pipoca em cima do fogão à lenha (acredite: demorava horas para estourar!), ou ainda, me faria estudar a fundo um livrinho de história, me comprando com a idéia de que teria outro livro no dia seguinte e de fato, ela me dava. Ninguém fazia um marketing melhor do que ela.
Com bravura, serenidade, paciência e bom humor fora me criando de forma a não supervalorizar meus erros, nunca me dando broncas em público. Sabia gerenciar. Tratava-me como criança, mas nunca como débil mental, conversava de forma a facilitar meu entendimento de criança.
Graças à minha mãe artista, eu tive uma infância ingênua e bem vivida, rica em histórias, encantos, papai Noel, coelho da páscoa, homem do saco, fadas e duendes.
Como uma boa química, agradeço por ter dosado os mimos sem exageros, por me educar para o bem e jamais ter me deixado ser uma criança egoísta pelo fato de ser filha única. Se hoje tenho um coração bom, foi pelos seus dotes de médica, que soube cuidá-lo através do amor a mim dedicado.
Se perguntasse a ela qual profissão exercida durante minha infância, certamente ela diria: Socorrista, bombeira, publicitária, cientista, mágica, astronauta, cantora...
Não acreditas?
Bem, eu experimentei simplesmente chamá-la de mamãe. E ela se transformou no que foi preciso para me fazer feliz.
E o fez.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dane-se o Ideal

"par ideal", "primeiro encontro ideal", "pessoa ideal", "ideal de vida", "isso não é ideal".
Afinal, que raio de palavra é essa que ousa, como se fosse absoluta no reino das pessoas?
As vezes sou como criança na idade dos por quês: Por que é ideal? Por que não é ideal?
Sejamos práticos. Por mim, dane-se o Ideal!
Quem sabe o melhor para uma vida não seja bom para outra.
O que julga-se ótimo hoje, também amanhã pode não ser.
O ideal seria se apaixonar pela pessoa certa, mas existe pessoa certa?
O ideal seria que sempre tivéssemos certeza de tudo. E o ser humano consegue ser previsível assim?
A mim mesma pergunto e não atino. Logo, não entendo esta palavra. E por não ser capaz de entendê-la, passa a ser quase imperceptível a mim.
Ideal soa arrogante, efusivo, mapeado, entre outras coisas não menos pretensiosas.
Cultivo um amor implícito pelo aparentemente sem forma, tenho um olhar especial pelo que não parece perfeito e certamente me sentirei atraída pelo incomum.
Ainda hoje respeito muito quem toma opções diferentes, quem tem mais dificuldades para levar a vida ou simplesmente quem ousa ser o que é.
Se tivesse este poder, substituiria em cada dicionário a palavra "ideal" por "experimente ser feliz".
É uma questão de gosto!

sábado, 1 de maio de 2010

Rótulos (Etiquetando gente)

O ser humano e sua mania de fazer associações.
No auge de sua pretensão, com a desculpa da bendita opinião própria, sentem imensa necessidade de engavetar gente. Talvez para se sentir no controle, classificam pessoas, sob as mais absurdas e imaginárias perspectivas que possam existir. A cada dia cria-se um rótulo novo, me parece que juntam pessoas em bolos e classificam, como se tudo pudesse ser mapeado.
Rotula-se negro de pobre, homossexuais de pervertidos, deficientes físicos de incapazes, rotula-se feio, bonito, gordo, magro...e por aí vai.
Eu uso dreads! Perdi as contas de quantas vezes me ofereceram maconha, simplesmente pela minha aparência. Coincidência? Não. Rótulo! Me reservo o direito de não ter que explicar meu estilo, mas também fico profundamente embasbacada pelos inúmeros "processos de seleção" aos quais passamos diariamente, caminhando na rua por exemplo. Não somos obrigados a carregar uma placa que nos defina, tampouco os outros nos conhecerem apenas com simples olhares. Mas cá entre nós? Nem tudo nos convém! E uma dessas coisas é julgar pela aparência.
Certamente este é o caminho mais curto para a decepção. Pois, quanto mais tentam definir pessoas, menos atenderão às suas expectativas, inúteis pré-requisitos. Lembre-se que rótulo foi desenvolvido para produtos. Ele é superficial, generalista, frio, estático. Ou seja, lute sempre contra a tendência de tratar as pessoas como "coisas".
Apesar parecidos, cada ser humano é único, próprio e certamente insubstituível, inseridos dentro de um universo que chamamos de vida. Então tome muito cuidado meu amigo! Pois, por trás de um rótulo que você pode estar pretensiosamente carimbando, existem pessoas, que amam, vibram, riem, choram, que tem planos, sonhos e uma história.
Você é do tipo que seleciona pessoas para suas vitrines imaginárias?
Desculpe, eu sou do tipo que não nasci para ser estampa de uma caixa de sucrilhos!