domingo, 30 de janeiro de 2011

Não te quero mais



Aquele sonho não mudou a minha noite.
Alterou o rumo do que chamara emoções;
Sentimentos puros que guardara,
quase com delicadeza infantil
foram devastados pelo pesadelo.

Eu nadava ingenuamente num riacho.
Por sua vez imundo, barrento, mas sorria
com sua presença ali comigo;

Foi quando notara que não estávamos sós.
Entre nós, em meio meio à toda sujeira,
Dezenas de corpos boiando, quase monstruosos.

Com força de todo sentimento que havia em mim,
eu gritava, alertava; E você, continuara
a nadar, displicente, como quem não quisera
me ouvir, ou sequer preocupava-se com
meu desespero.

Saltei daquela água, apenas te vendo gargalhar.
Olhava-me, rindo maldosamente. Me apontava,
dizendo que eu não era ninguém em sua vida.

Acordo aos sobressaltos, pensando:
Mas que raios tudo isso poderia significar?
Na dúvida, prefiro não saber.
Não te quero mais.

Suas gargalhadas ainda ecoam dentro de mim.

6 comentários:

Anônimo disse...

a sujeira e os corpos quase que te levam para um lugar mais profundo. pena que fugiu deles.

Fer disse...

...NÃO ENTENDI ;)

Layla disse...

Como consegues por tanta alma em tão poucas palavras?
Fico em duvida, se ao escrever continua sendo humana, ou se torna deusa das palavras, tua sabedoria me faz admirar-te de tal maneira que me encanta ao ler tais palavras. Mais uma vez entre tantas outras Parabens!

Kaka disse...

Fer, tu é inteligente pra caralho! Até um pesadelo vira poesia na tua mão. Lindo!

Caren disse...

O que fifere um texto bem escrito de um texto bom é o que vc tem de sobra: SENTIMENTO! Parabéns bonitinha.

Ju Panissa disse...

Tocante seu pesadelo! Se não fosse tão dramático eu diria: maravilhosa descrição!