sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um outro olhar

Foto: Lívia Auler

A materialização do ‘ver para crer’. Isto é fotografia; um conjunto visual complexo de uma materialização dos cinco sentidos humanos alinhados à técnica, ambiente e espaço. No entanto, há de se preocupar com as responsabilidades que acompanham qualquer imagem, bem como sua credibilidade e contexto, pois o profissional tem em suas mãos, não apenas um retrato, mas um documento, uma história, um mundo de fatos e de vidas que podem expressar-se unicamente com um “clique”.

Sabe-se que uma imagem pode ter diferentes interpretações, e esta é uma das grandes magias para o profissional que espera representá-la. Um jogo de intenções, representada a partir do que é real, toda foto exibe um contexto semiótico a ser decifrado. Existe representatividade, mensagens dotadas de significados intrínsecos a espera de sua decodificação.

Por tudo o que a imagem pode representar é preciso, primeiramente, altas doses de responsabilidade do fotógrafo. Um documento, uma prova criminal, uma figura decorativa, seja o que for, é preciso que a imagem convença quem a contempla. O transmissor da imagem que decidirá o espaço e o tempo, o tema que irá retratar, e o contexto ao qual vai se referir. Tamanha pode ser sua verdade, a foto aproxima e afasta pessoas, conquista clientes na propaganda, elege candidatos na política, entre outros fatores da rotina das pessoas. Ela servirá desde decoração para uma casa, como uma prova criminal. Por isso atente-se: ‘Foto sem contexto, vira pretexto!’.

Gerando manipulação ou somente como peça visual, o profissional é o que dará o embasamento estético, alinhado ao conjunto de técnicas que lhe for necessário para dar movimento e realidade à foto, criando situações de conotação cultural e temática, aplicando a intensidade necessária para extrair emoções através de uma imagem estética. Afinal, quem disse que é preciso ter movimento para se ter vida?

Sim, a fotografia é o exemplo nítido que se cria um caos em um instante, através de uma simples máquina. Há quem diga que as máquinas substituirão os homens; talvez um dia até pensem, mas jamais terão sonhos, já que estes são representados perfeitamente pelo ser humano, que acima de tudo é um artista, transformando um simples ‘clique’ em uma obra de arte.

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