quarta-feira, 5 de maio de 2010

Minha Infância e outras Profissões de minha Mãe

Esta semana, uma série de crônicas de presente de dia das mães.


2 anos de idade– 7:00h: “Mamãe: Hoje eu tô que tô!”.
Minha mãe sabia que o dia não seria fácil quando se deparava com aquela cena: Eu, em pé no berço, sorriso largo e dando prévias de que acordara disposta a extravasar. (Hoje é dia! pensava ela, suspirando fundo e rindo internamente das graças que eu fazia). Geralmente estes dias exigiam atenção redobrada, o que não amedrontava minha mãe, pois conhecendo sua cria, havia feito curso de primeiros-socorros no corpo de bombeiros.
Mas por mais que fizesse, exercitava sua paciência de psicóloga, pois sempre haveria surpresas: ou de me encontrar escalando paredes da casa, espalhando farinha de trigo no chão recém encerado ou correndo atrás dos cachorros com martelo de bife. Heroicamente mamãe vencia esses dias e, ao final da noite, sempre com a mesma doçura alcançava-me caixinhas para amassar enquanto contava-me histórias, mostrando-me as letras, como uma boa professora. Assim eu adormecia, ouvindo os passinhos pela casa, devagar como se celebrassem o momento oportuno de sossego.
Astuta como uma projetista, mamãe estava sempre a bolar planos infalíveis de como me fazer sossegar enquanto preparava o jantar. Para uma criança inquieta, uma mãe inteligente!
Jamais me mandara calar a boca, tampouco interrompera meus rompantes de perguntas sem fim, mamãe era política.
O jeito era traçar planos diários para ocupar meu tempo o suficiente para que conseguisse terminar suas tarefas. Propunha-me desafios, me fazia analisar milhos de pipoca em cima do fogão à lenha (acredite: demorava horas para estourar!), ou ainda, me faria estudar a fundo um livrinho de história, me comprando com a idéia de que teria outro livro no dia seguinte e de fato, ela me dava. Ninguém fazia um marketing melhor do que ela.
Com bravura, serenidade, paciência e bom humor fora me criando de forma a não supervalorizar meus erros, nunca me dando broncas em público. Sabia gerenciar. Tratava-me como criança, mas nunca como débil mental, conversava de forma a facilitar meu entendimento de criança.
Graças à minha mãe artista, eu tive uma infância ingênua e bem vivida, rica em histórias, encantos, papai Noel, coelho da páscoa, homem do saco, fadas e duendes.
Como uma boa química, agradeço por ter dosado os mimos sem exageros, por me educar para o bem e jamais ter me deixado ser uma criança egoísta pelo fato de ser filha única. Se hoje tenho um coração bom, foi pelos seus dotes de médica, que soube cuidá-lo através do amor a mim dedicado.
Se perguntasse a ela qual profissão exercida durante minha infância, certamente ela diria: Socorrista, bombeira, publicitária, cientista, mágica, astronauta, cantora...
Não acreditas?
Bem, eu experimentei simplesmente chamá-la de mamãe. E ela se transformou no que foi preciso para me fazer feliz.
E o fez.

9 comentários:

Unknown disse...

Pessoal minha filha realmente é uma artista, escreve com tanta doçura sobre sua infancia que, realmente para quem não a conheceu bebê não imagina o sufoco que passei,foram anos de muita expectativa diária...O que ela irá aprontar hoje? Deus me socorre...e proteja os cachorros,pois além de correr atras deles com um martelo de bife ela mordia os pobrezinhos, ela comia comida deles, enfim meu bebê era um "doce",rotina? Jamais!!!
Ig obrigada!!!Tenho muito orgulho da meu talentoso BEBÊ!

Anônimo disse...

fe, que bela homenagem você esta fazendo para a sua mãe.. meus parabéms! Mas, esta ai de morder e comer a comidas dos cachorros me caiu os bútia do bolso! amiga,quer dizer que você teve uma fase primitiva de ser.. hehehehe.
te amo...
fábia

silvana disse...

Realmente Ig, tu é uma artista...Fiquei encantada lendo esta crônica, como lembras de tantos detalhes? Eu consigo lembrar apenas da cara triste dos cachorros te olhando e imaginado "lá vem ela com esta mania de divisão"

Unknown disse...

È bom relembrar o passado filhote!
ainda mais,qdo se têm uma mãe que se dedicou,para que isso seja lembrado.
Bom texto
Sou teu fã...

Fer disse...

Mamãe!!!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
queimou agora....rsrsrsrsrs
te amo

Fer disse...

Fábia, amiga, abafa o caso por favor! hehehe

Fer disse...

Silvana... eu não lembro da cara dos cachorros...
Mas era justo, ou não???

Liii disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....
Meu Deus... minha amiga viveu?? Viveu intensamente a infancia e tem historia para contar, que coisa belíssima é essa!!!
Parabens!!!

Acredito que o papel mais dificil eh ser mãe...ser capaz de criar seu filho, sem passar os traumas de sua criação, as decepções da vida... Pq a criança já crescerá e passará pelos seus traumas, não eh??
Se Deus quiser um dia serei mãe... vai me ajudar a criar a minha? hahaha...bjuuuu fer, adorooooo ler vc!!!

Fer disse...

Vivi... e até hj sinto felexos da infancia maravilhosa!!!!